sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Passeio de barco pelo rio Preguiças


Em Atins, no dia 11 de maio, fizemos um passeio de barco pelo rio Preguiças, aonde conhecemos Madacaru, Vassouras e Caburé, o nosso piloto foi o Lucas, filho da Tia Rita, que levou pouco combustível e esqueceu de levar um remo. Resultado, ficamos a deriva bem na hora do sol mais forte, até que aparecesse outro barco e nos emprestasse um remo para retornar.
Em Mandacaru, funciona desde 1909, o Farol Preguiças, com 35m de altura e controlado pela Marinha.
Vista do Farol Preguiças e casas dos faroleiros:
Vista interna do farol, uma escadaria com 160 degraus:
Vista do povoado de Mandacaru de cima do farol:
Vista da região
Pelo rio Preguiças, passamos por este imenso manguezal:

Duna na beira do rio Preguiças:
Região chamada de Vassouras, onde começam os chamados pequenos lençóis, neste local funciona um restaurante localizado entre a floresta e as dunas.
Aqui habitam muitos macacos pregos, é só aparecer com uma banana e eles logo se reúnem atrás da comida e até brigam entre si.
Vista das dunas dos pequenos lençóis:
Aqui em Caburé, com o rio Preguiças de um lado e este "marzão" do outro. O lugar é bonito, tem alguns restaurantes e pousadas, mas tem muitos quadriciclos para levar os turistas em passeios pelas dunas o que torna o local muito barulhento.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Travessia a pé dos Lençóis Maranhenses - maio de 2012

Por Adri e Guto.

Nossa primeira viagem para o nordeste brasileiro foi em grande estilo, com a escolha desta grande caminhada nos Lençóis! Começamos pesquisando na internet tudo sobre o local e principalmente outros aventureiros que já haviam feito esta travessia e que postaram algumas dicas muito importantes. O site em que mais encontramos informações foi o www.mochileiros.com

Partimos de Curitiba-PR no dia 7 de maio de 2012, as 10h30 pela Gol e chegamos no Aeroporto de São Luis as 15h30. Pegamos algumas informações no posto de info turísticas e fomos direto para a Rodoviária comprar passagem de ônibus da Viação Cisne Branco rumo a Barreirinhas, uma das portas de acesso aos Lençóis maranhenses. Tinha um ônibus as 19h. Custo da passagem R$29,00 por pessoa, chegamos em Barreirinhas 0h00.

Passamos dois dias em Barreirinhas antes de seguir para Atins. Nesse tempo, aproveitamos para conhecer a cidade, o artesanato local feito com fibra de buriti e passamos uma noite na Pousada do Rancho, muito bacana, mais afastada do centro da cidade e com direito a um passeio a cavalo.

De Barreirinhas para Atins, tem duas opções de transporte, de barco, pelo Rio Preguiças, ou por terra de toyota bandeirantes. Escolhemos a 2ª opção. Fomos de toyota de linha, saída as 9h00, do dia 10 de maio de 2012, R$13,00 por pessoa.

As toyotas tem a cabine do motorista e a carroceria aberta apenas com uma cobertura e com 3 fileiras de bancos, embaixo dos bancos e dos pés, vão as bagagens e encomendas, tem também um bagageiro sobre a cabine aonde foram as nossas mochilas.
O Trajeto foi tranquilo e bonito, passando por dentro da restinga, muitas vezes bem fechada, tinha que cuidar com os galhos das árvores no rosto e pernas. Passamos de toyota por algumas lagoas, as vezes era possível contorná-las e em outras não, passava por dentro mesmo. Sob os nossos pés tinham sacos de cimento (encomenda de moradores locais - foto) e eis que numa passagem numa lagoa mais funda a água molha tudo (tsc, tsc)!

Choveu um pouco no caminho, como aonde ficam os passageiros é tudo aberto na lateral, e eu estava na ponta, cheguei metade molhada.

Chegamos em Atins as 11h20, tínhamos duas opções de pousadas mais em conta. A da Tia Rita e a do Irmão, que é genro da Tia Rita. Chegamos com um pouco de chuva e vi escrito numa casa Pousada e Restaurante do Irmão, descemos ali mesmo. Fomos abordados já por um morador local que nos ofereceu para ficar na Pousada da Tia Rita já em frente, R$50,00 quarto de casal com café da manhã bem simples. Ficamos por ali mesmo.

O que nos surpreendeu em Atins, foram os muitos cacos de vidro encontrados pelas ruas de areia, aonde todos andam descalços, inclusive as crianças.

A Pousada do irmão tinha se mudado para uma construção nova um pouco mais adiante, depois fomos conhecer e achamos muito bacana. O irmão, além da Pousada e do Restaurante tem uma Toyota Hilux e leva os turistas para os passeios nas lagoas próximas.

Vou postar umas fotos para verem que é uma ótima opção a um bom preço.
Na pousada da Tia Rita conversamos com o Madoro que nos ofereceu serviço de guia para nos acompanhar na caminhada. Eles cobram R$150,00/dia e fazem a travessia em 3 dias parando para dormir na Baixa Grande. Falamos que queríamos ir sozinhos, pois tínhamos os pontos do GPS. Eles não recomendam, afinal de contas é o seu ganha pão.

Tem alguns fatores negativos na contratação de um guia:

1º é que não importa quantas pessoas estão no grupo, eles cobram o valor da diária e no nosso caso como estávamos em dois acabava ficando muito caro.

2º, que os guias fazem a travessia em no máximo 3 dias, sem levar muito peso, ou barraca ou comida, só o essencial, com apenas uma parada para pernoite em rede na Baixa Grande.

3º, o nosso objetivo era curtir o deserto, sem pressa para chegar no destino final, e caminhar sozinhos, curtindo e namorando. Mas é importante lembrar que precisa ter um bom conhecimento do uso do GPS.

Almoçamos em frente a Tia Rita, num dos restaurantes do Irmão. Custava R$28,00 para duas pessoas a peixada (peixe serra frito, arroz, feijão branco (tipo corda), salada (alface, tomate, repolho, cenoura ralada e cebola roxa). Estava gostoso, mas simples pelo preço.

Passamos o dia seguinte em Atins, aproveitamos para fazer o passeio de barco pelo Rio Preguiças e conhecer os povoados de Mandacaru (Farol Preguiças), Vassouras e Caburé (rio de um lado e mar do outro), que relato na outra postagem.

Foto em frente da Pousada da Tia Rita, despedida antes de partimos para o primeiro trecho da caminhada, rumo ao Canto do Atins. Detalhe da foto, os bastões de caminhada, muito úteis, o chapéu panamá do Guto, com muita história pra contar e o tamanho das mochilas (a dele maior, pois carregou a nossa barraca e fogareiro, a minha menorzinha, mas sem barrigueira especial, o que sobrecarregou muito os meus ombros na caminhada).
Partimos quase no final da tarde para o Canto do Atins, eu estava meio cansada e zonza ainda (por conta de uma insolação), mas não queríamos perder + uma noite em Atins. Saímos pelas 17h, dia cansativo, utilizei pela 1ªvez os bastões de caminhada, Após sair da estradinha o caminho vai beirando as dunas, os ombros já estavam doloridos. Já havia anoitecido, quando surge o “Silas” de quadriciclo, voltando de Atins e pergunta se estávamos indo para a Pousada do Antonio, dissemos que sim, e ele respondeu sou filho dele, subam aí que levo vocês até lá! Nossa, foi um alívio. Chegamos rapidinho na pousada.

Chegando lá quem nos atendeu foi a Magnólia, esposa do Seu Antonio (que por sinal é irmão da famosa Luzia dos camarões). A Magnólia, super receptiva, atenciosa e logo nos ofereceu o famoso camarão branco grelhado (que é o mesmo da Luzia) e disse que não poderíamos sair de lá sem prová-lo. Eu que não estava muito bem falei que nem iria comer, mas ela insistiu e realmente valeu experimentar, pois estava uma delícia. Ela cobrou R$50,00 do quarto e mais o camarão já que era sem acompanhamento, por um preço super camarada.
Aqui em detalhe, o mapa pintado na parede do Restaurante, o melhor que tivemos acesso até então.
Conversamos com um guia local que estava na pousada, o Mão, que novamente insistiu para irmos com guia. No final que ele viu que íamos sozinhos mesmo e acabou nos dando uma dica para quando chegássemos na Baixa Grande, procurar por cimas das dunas pelas palhas dos coqueiros, aonde encontraríamos os moradores.

Fomos para o quarto que tinha telhado de palha de carnaúba e camas box, em pleno canto do Atins, uma peculiariedade! Como não havia forro, haviam telas mosquiteiros sobre a cama e podíamos sentir o cheiro das flores que vinham de fora, tudo cheirava a jasmim.

O banheiro era fora do quarto, olhando de fora era uma construção de paus e palha, mas quando entrávamos, tinha piso cerâmico e todas paredes feitas com forro pvc. Falamos que íamos sair as 4horas para a nossa caminhada, então a Magnólia, já preparou um café e deixou na térmica, separou bananas e bolacha, disse que como não sabia que iríamos lá, não tinha comprado pão.

Acordamos as 3h30, eu com piriri ativo (resultado de uma insolação contraída no dia anterior que vou contar a saga posteriormente), mas fui ao banheiro e já levantamos e ajeitamos a mochila para partir. Comi bananas e um gole de café. Saímos as 4h10 pelo portão dos fundos no lado do mar.

Seguimos pela areia iluminados pela lua minguante. Ouvindo o mar ao longe. Neste trecho fomos seguindo o rastro das toyotas, caminho para a lagoa verde. Aos poucos o dia foi clareando.

1ºponto marcado, 4h57, ponto em que nos distraímos e perdemos a trilha das toyotas por uns minutos, tivemos que pegar a lanterna para nos acharmos de novo.

2ºponto, 5h35 – Fotografia e filmagem. Aqui a luz da manhã já permitia fotos

3ºponto, 6h25 – Parada numa lagoa a caminho da lagoa verde. Paramos para descansar os ombros do peso da mochila, fotografar a dupla, comer um nutry, frutas secas e passar o protetor solar. Tá certo, eu comento sobre a papete com meia, lindo não ficou, mas te garanto que foi muito confortável caminhar com ela. As meias além de proteger os pés do sol, evitavam o roçar da areia na sandália úmida, pois na caminhada cortávamos muito por dentro das lagoas rasas, então muita areia pra contar.

Belas paisagens no caminho, é o que não faltam:

4ºponto, 7h22 – Lagoa Verde, que estava azul, neste horário do dia! Sol entre nuvens, ventinho gostoso, daqui partimos para o próximo ponto do GPS P031 baixado da turma que fez a travessia anteriormente
8h38, outra parada para descanso

Ponto – Banho1, 9h38, descanso com banho em lagoa rasa, na canela, mas foi muito relaxante!

10h45 – saída do Banho1, rumo ao P031 Chegamos no nosso próximo ponto de parada as 11h15, com sol já forte e sem nenhuma sombra, montamos a barraca para nos proteger e optamos por encerrar o 1ºdia por ali mesmo e curtir o local.
Nascer do sol, barraca desmontada e empacotada, prontos para seguir para o próximo ponto. Esse é um dos melhores horários para caminhar, o sol ainda baixinho no horizonte, temperatura bem amena.
Conseguimos captar a nossa sombra ao longe, enquanto caminhávamos:
A medida que o sol vai subindo no horizonte, é necessário uma super proteção: além de uma boa camada de protetor solar, chapéu, lenço para proteger o pescoço, óculos de sol e camisa de manga comprida.
Caminhar pelas dunas normalmente é muito tranquilo, quando se faz o trajeto a favor do vento, a areia não é quente, pois venta muito, podendo caminhar tranquilamente descalço e é firme na parte superior. A parte fofa da duna, sempre descíamos, afundando os pés, evitando assim o desgaste físico.

Utilizamos bastões de caminhada e foi muito útil, pois com ele, dividimos um pouco do esforço das pernas com os braços.
Apesar de irmos no mês de maio, época em que as lagoas já deveriam estar cheias, choveu muito pouco este ano, fazendo com que a maioria das lagoas continuassem secas. Foi mais fácil de atravessar por dentro das lagoas que nas secas se tornam capinzais.
Foto das nossas pegadas após descermos uma das dunas: